quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Praedatorium: líder fala sobre o futuro do grupo


Em entrevista concedida, o líder da banda mineira Praedatorium, Diego Svern, falou um pouco sobre a história, seu estado atual e as perspectivas do grupo. Além disso, o músico também comentou sobre a cena do Progressive Metal no Brasil que ainda é considerada minoritária.

Primeiramente, gostaria de agredecer pela entrevista e parabenizar pelo seu trabalho. Bem, fale um pouco sobre a formação do grupo, digo, como foi o processo de formação.

Diego:  Bom,PRAEDATORIUM antes de tudo era meu projeto soloc chamado "D-Drums Project" .Eu  escrevi algumas músicas no período em que estava na minha antiga banda "Savior Sephiroth", e a princípio,não era nada muito ambicioso, e sim experimental e instrumental.Depois de muito tempo, resolvi transformar em uma banda aquelas ideias que eu tive, então chamei Psycho e Rafael por serem mais ''mente aberta" pra mexer com músicas experimentais.Não havia ambição de ser uma banda oficial, seria apenas tocar umas músicas diferentes em shows à toa. Mas tudo mudou quando pensei no potencial daquelas músicas se adicionasse vocais e outros elementos que eu estudava na época. Lembro que nos primeiros ensaios,tocávamos covers variados de Dream Theater a Avenged Sevenfold, mas tínhamos dificuldade em nossas próprias músicas.Levamos quase um ano para colocar "Follow the White Rabbit" no repertório de shows,todos sentiram a pressão pois as músicas nos tiravam da nossa região de conforto como músicos e nos fazia estudar e aprender mais.

E como foi o processo das primeiras composições?

Diego: As primeiras composições no ainda "D-Drums Project" foram feitas todas por mim,eu acabara de aprender técnicas e meios de composição e arranjo.Estava pronto para colocá-las em prática, então resolvi escrever todos os instrumentos.O conceito era baseado na bateria inicialmente como o carro chefe, mas depois de escrever tudo, eu percebi que todos os instrumentos trabalhavam em conjunto sem um aparecer mais que o outro e isso abriu outras possibilidades.Anos depois, já com Psycho e Rafael como membros, continuei escrevendo material até ter um CD inteiro praticamente pronto para gravar.Eu sou muito perfeccionista com minhas músicas, geralmente não espero alguém pensar em algo.Tive muitos problemas no passado que me fizeram ser assim e isso me influenciou a ser um multi-instrumentista.Eu trabalho em cima de conceitos, regras auto-impostas para compor minhas músicas. Gosto de brincar com a dinâmica da música, minha ideia é fazer com que a música seja apreciada por vários motivos não apenas por ter um refrão chiclete ou um riff marcante, mas sim com tudo aquilo que a permeia.Seja no contexto literário ou no processo de concepção.Para muitos detalhes. será  necessário pensar e às vezes até pesquisar para que se entenda.

Poderia dizer quais foram os motivos que levaram os integrantes  Deyvson Psycho e Rafael Outsider a sairem do grupo?

Diego: Foi um processo bem complicado, pois cada um tem seus compromissos como pessoa,seja faculdade,namoro,família, isso não interferia diretamente na banda por haver bom senso.Acredito que ter uma banda hoje em dia é complicado devido a uma série de fatores que a grande maioria das bandas de Metal passam como falta de dinheiro,gente compormetida,cenário cada vez mais capenga,panelinhas,familia colocando pressão...Acredito que o objetivo da grande maioria é chegar em algum lugar como músico e nesse processo de tocar,ensaiar,fazer shows, estudar música muita coisa muda.E foi o que aconteceu,como o projeto é meu, eu precisei afastar os dois da banda, pois muitas coisas estavam pesando contra.Ainda somos amigos mesmo com menos contato, mas a amizade continua.

Observo que os gêneros mais extremos do Metal, como o Thrash Metal, vêm crescendo muito na cidade de Belo Horizonte. Como é ser uma banda belo-horizontina de Progressive Metal nesse cenário?

Diego: É verdade! Há algum tempo venho observando isso,inclusive conheço bandas muito boas que estão se sobresaindo na cena,como Tormento e Wormanity.Acredito que mesmo tocando prog,o som agrada de maneira variada.O prog me permite utilizar um pouco de cada característica de outras vertentes e isso acaba sendo até mesmo uma estratégia interessante.Eu tive a oportunidade de saber que uma música minha "iquid Dreams"agradara uma galera Thrash Metal devido à pegada agressiva e rápida.

E como você avalia o cenário do Prog Metal no Brasil?

Diego: Nulo.Vejo o cenário nulo por analisar alguns aspectos. Primeiro, nosso paés não tem uma cultura voltada para música instrumental em si.Não se ensina música nas escolas públicas e isso afeta diretamente a apreciação de música de qualidade.Independente de ser uma banda de jazz,MPB,blues ou erudito, esses eventos são pouco frequentados. Segundo, as bandas de prog do país lançam àlbuns fora do país e geralmente tentam sair daqui exatamente pelo público ser minúsculo.Não vale a pena lançar um material impecável sendo que não haverá público para comprar e frequentar os shows. Por isso, as bandas tentam carreira fora, pois lá existe um número maior de pessoas que entendem o que é dito nas letras das músicas e valoriza um isntrumental bem feito.Acredito que muitas pessoas já passaram por isso,estão em uma roda de amigos e quando você diz que vai a um concerto ou a um show de jazz, todos olham surpresos como se você fosse de outro planeta.

Você está à procura de novos integrantes. Como está indo essa busca?

Diego: Ainda estou procurado pessoas que queiram levar a sério uma banda com potencial.Fiz contato com um guitarrista recentemente que mostrou muito interesse pelo projeto, mas ainda estamos conversando a respeito.Gostei muito do playing dele e acredito que em breve terei boas noticias.

Assim que completo o grupo, quais serão as futuras perspectivas?

Diego: A ideia sempre foi formar um super grupo.Acredito que colocarei em prática os mesmos planos de antes,estudar,escrever material,melhorar a banda como um todo,tanto na qualidade sonora, como na presença de palco,gravar um CD bem gravado e divulgá-lo de maneira correta.Dentro da banda, se tem um lema: existem caçadores e existem os caçados,prepare-se para ser caçado.Vamos caçar nossos fãs um por um.

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