Frequentadores de shows que estão cansados dos altos preços dos ingressos devem comemorar a economia que farão no próximo novo.
2010 foi complicado para o mercado de shows, uma vez que preços altos fizeram com que muitos fãs ficassem em casa. Os promotores dizem que planejam fazer shows mais baratos em 2011, mas também tentarão vender mais camisetas e merchandise para compensar a perda financeira.
No verão passado do hemisfério norte, geralmente a época mais movimentada do ano, os preços foram muito altos, mesmo com a economia morna. Empresários e promotores acreditavam que os fãs continuariam a pagar os dois shows que viam em média por ano.
Em vez disso, muitos ficaram em casa e dezenas de apresentações foram cancelados. Muitas casas de shows preencheram os lugares com ingressos a preços promocionais.
Agora, em vez de cobrar muito no começo e oferecer descontos mais tarde, alguns promotores dizem que irão oferecer ingressos mais baratos desde o início, em parte porque sabem que os fãs vão gastar o mesmo valor de sempre em cerveja e merchandise quando chegarem ao local.
O ZZ Top, por exemplo, espera conseguir colocar o preço abaixo da média de 2010, que girou em torno dos US$ 55. Alguns bilhetes chegarão aos fãs por US$ 10. "É hora de devolver o valor", diz Carl Stubner, empresário da banda. "Encontraremos outras formas de ganhar dinheiro".
Isso não significa que todos os shows serão baratos --nem mesmo os da banda Cheap Trick, cujos ingressos são vendidos, com taxas, a US$ 80. Fãs de artistas famosos como Justin Bieber e Lady Gaga também não devem esperar folga nos preços.
Neil Diamond, por exemplo, que continuará sua turnê na Nova Zelândia em fevereiro, diz que gostaria de abaixar o valor dos ingressos, mas não pode por conta do tamanho de sua produção. "Uma vez que os shows ficam maiores, as despesas crescem, então isso deve se traduzir de alguma forma para o preço do ingresso", disse à AP. "Se eu usasse só a guitarra seria bem mais simples, mas aí eu tiraria o emprego de 50 pessoas".
Entretanto, há mais artistas do que nunca saindo em turnê para compensar a queda na venda de discos. Com mais ingressos em promoção e consumidores ainda contando as moedas, a pressão sob os preços diminuiu.
O comparecimento aos shows caiu 12% na primeira metade de 2010, comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com a revista Pollstar. A maior empresa promotora de shows do mundo, a Live Nation, diz que o comparecimento de julho a setembro caiu 16% de um ano para cá, mesmo depois de taxas e preços para dezenas de shows, incluindo os de Rod Stewart, serem reduzidos.
"É simplesmente caro demais", diz Michael Nemcik, que perdeu seu emprego como corretor de valores em 2009 e agora trabalha como bartender em Los Angeles. Ele foi a cerca de uma dúzia de shows em 2010, metade do que tinha ido no ano anterior. Pagar mais de US$ 200 por lugares decentes para ver a banda A Perfect Circle em novembro parecia demais. "Estou um pouco mais hesitante agora em gastar dinheiro do que costumava ser", disse.
O preço dos ingressos dos shows havia ficado estável até recentemente, quando nos anos 90 os promotores começaram a mudar o modelo de preço único para um que cobra preços muito mais altos para lugares mais próximos do palco.
O valor dos bilhetes dos shows na América do Norte subiu de uma média de US$ 26 em 1996 para um ápice de US$ 67 em 2008, um aumento quatro vezes maior que a inflação. Isso sem incluir as taxas, que vão desde o "processamento do pedido" até a "conveniência" e podem aumentar US$ 10 ou mais no total.
Em 2009, o preço dos ingressos diminuiu em torno de U$ 1, uma vez que os empresários passavam pela pior fase da recessão. Os fãs responderam comprando 12% mais ingressos do que em 2008. Os empresários imaginaram que os fãs estavam voltando para comprar mais em 2010 e subiram os preços. O tiro saiu pela culatra.
Foi quando os empresários tiveram que oferecer grandes descontos para encher as casas de show. O ingresso comum custou um pouco menos de US$ 61 na primeira metade de 2010. Os números para a segunda metade do ano também devem cair, uma vez que os descontos continuaram.
"As pessoas sentiram que poderiam ampliar seus horizontes novamente", disse Gary Bongiovanni, editor-chefe da Pollstar. "A economia provou que muitas pessoas provavelmente foram longe demais".
Embora não seja esperado que a média caia drasticamente em 2011, haverá barganhas. Os preços para os lugares em frente ao palco devem subir como parte da tentativa da Live Nation em conseguir aumentar sua receita que, de outra forma, poderia ir para os cambistas. Mas a empresa diz que quer cortar ainda mais os preços dos lugares mais baratos para fazer um número maior de fãs ir ao shows.
Quando a Live Nation cortou os preços em 2010, os fãs gastaram a mesma quantia de sempre --quase US$ 18 nas casas de show norte-americanas-- em cerveja, merchandise e outras coisas, o que acabou ajudando a empresa no fim das contas, uma vez que ela é dona de grandes casas, incluindo a House of Blues em 13 cidades.
A Live Nation também está desenvolvendo uma cesta de compras para seus sites visando atrair fãs para gastarem o que economizaram com os ingressos em CDs, roupas e outros itens, e recentemente criou um aplicativo para o iPhone que pode ser usado no futuro para vender merchandise.
Entretanto, nenhuma dessas estratégias funcionará se as pessoas não comprarem ingressos. "Sabemos que se baixarmos o preço, eles virão", disse Michael Rapino, da Live Nation, aos investidores em novembro.
Mas alguns dos empresários mais poderosos no mundo dos negócios estão motivados a assegurar a maior quantia possível de dinheiro que conseguirem para seus artistas, e a Live Nation enfrenta a pressão da concorrência que pode vir a pagar mais pelos shows. Os artistas que lutam para conseguir compensar a perda com a diminuição da venda de CDs também podem pressionar seus fãs a pagarem mais. Tais fatores podem fazer com que os preços subam.
Rapino diz que a empresa pode simplesmente abandonar alguns negócios e fazer menos shows, especialmente aqueles que têm pouca ou nenhuma margem de lucro.
Demi Lovato, cuja turnê "Camp Rock 2" com o Jonas Brothers teve de cancelar uma dezena de shows norte-americanos em 2010, disse recentemente à AP que fará o possível para manter preços razoáveis para uma turnê solo, planejada para 2011, para promover seu terceiro álbum. Empresários dizem que a turnê ainda está de pé, mesmo com o tratamento que a cantora está fazendo devido a "problemas físicos e emocionais". "Tenho grandes amigos que não fazem parte da indústria e que estão lidando com compras de mantimentos e coisas assim, então quero fazer minha parte", disse.
Fonte: Uol
No verão passado do hemisfério norte, geralmente a época mais movimentada do ano, os preços foram muito altos, mesmo com a economia morna. Empresários e promotores acreditavam que os fãs continuariam a pagar os dois shows que viam em média por ano.
Em vez disso, muitos ficaram em casa e dezenas de apresentações foram cancelados. Muitas casas de shows preencheram os lugares com ingressos a preços promocionais.
Agora, em vez de cobrar muito no começo e oferecer descontos mais tarde, alguns promotores dizem que irão oferecer ingressos mais baratos desde o início, em parte porque sabem que os fãs vão gastar o mesmo valor de sempre em cerveja e merchandise quando chegarem ao local.
O ZZ Top, por exemplo, espera conseguir colocar o preço abaixo da média de 2010, que girou em torno dos US$ 55. Alguns bilhetes chegarão aos fãs por US$ 10. "É hora de devolver o valor", diz Carl Stubner, empresário da banda. "Encontraremos outras formas de ganhar dinheiro".
Isso não significa que todos os shows serão baratos --nem mesmo os da banda Cheap Trick, cujos ingressos são vendidos, com taxas, a US$ 80. Fãs de artistas famosos como Justin Bieber e Lady Gaga também não devem esperar folga nos preços.
Neil Diamond, por exemplo, que continuará sua turnê na Nova Zelândia em fevereiro, diz que gostaria de abaixar o valor dos ingressos, mas não pode por conta do tamanho de sua produção. "Uma vez que os shows ficam maiores, as despesas crescem, então isso deve se traduzir de alguma forma para o preço do ingresso", disse à AP. "Se eu usasse só a guitarra seria bem mais simples, mas aí eu tiraria o emprego de 50 pessoas".
Entretanto, há mais artistas do que nunca saindo em turnê para compensar a queda na venda de discos. Com mais ingressos em promoção e consumidores ainda contando as moedas, a pressão sob os preços diminuiu.
O comparecimento aos shows caiu 12% na primeira metade de 2010, comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com a revista Pollstar. A maior empresa promotora de shows do mundo, a Live Nation, diz que o comparecimento de julho a setembro caiu 16% de um ano para cá, mesmo depois de taxas e preços para dezenas de shows, incluindo os de Rod Stewart, serem reduzidos.
"É simplesmente caro demais", diz Michael Nemcik, que perdeu seu emprego como corretor de valores em 2009 e agora trabalha como bartender em Los Angeles. Ele foi a cerca de uma dúzia de shows em 2010, metade do que tinha ido no ano anterior. Pagar mais de US$ 200 por lugares decentes para ver a banda A Perfect Circle em novembro parecia demais. "Estou um pouco mais hesitante agora em gastar dinheiro do que costumava ser", disse.
O preço dos ingressos dos shows havia ficado estável até recentemente, quando nos anos 90 os promotores começaram a mudar o modelo de preço único para um que cobra preços muito mais altos para lugares mais próximos do palco.
O valor dos bilhetes dos shows na América do Norte subiu de uma média de US$ 26 em 1996 para um ápice de US$ 67 em 2008, um aumento quatro vezes maior que a inflação. Isso sem incluir as taxas, que vão desde o "processamento do pedido" até a "conveniência" e podem aumentar US$ 10 ou mais no total.
Em 2009, o preço dos ingressos diminuiu em torno de U$ 1, uma vez que os empresários passavam pela pior fase da recessão. Os fãs responderam comprando 12% mais ingressos do que em 2008. Os empresários imaginaram que os fãs estavam voltando para comprar mais em 2010 e subiram os preços. O tiro saiu pela culatra.
Foi quando os empresários tiveram que oferecer grandes descontos para encher as casas de show. O ingresso comum custou um pouco menos de US$ 61 na primeira metade de 2010. Os números para a segunda metade do ano também devem cair, uma vez que os descontos continuaram.
"As pessoas sentiram que poderiam ampliar seus horizontes novamente", disse Gary Bongiovanni, editor-chefe da Pollstar. "A economia provou que muitas pessoas provavelmente foram longe demais".
Embora não seja esperado que a média caia drasticamente em 2011, haverá barganhas. Os preços para os lugares em frente ao palco devem subir como parte da tentativa da Live Nation em conseguir aumentar sua receita que, de outra forma, poderia ir para os cambistas. Mas a empresa diz que quer cortar ainda mais os preços dos lugares mais baratos para fazer um número maior de fãs ir ao shows.
Quando a Live Nation cortou os preços em 2010, os fãs gastaram a mesma quantia de sempre --quase US$ 18 nas casas de show norte-americanas-- em cerveja, merchandise e outras coisas, o que acabou ajudando a empresa no fim das contas, uma vez que ela é dona de grandes casas, incluindo a House of Blues em 13 cidades.
A Live Nation também está desenvolvendo uma cesta de compras para seus sites visando atrair fãs para gastarem o que economizaram com os ingressos em CDs, roupas e outros itens, e recentemente criou um aplicativo para o iPhone que pode ser usado no futuro para vender merchandise.
Entretanto, nenhuma dessas estratégias funcionará se as pessoas não comprarem ingressos. "Sabemos que se baixarmos o preço, eles virão", disse Michael Rapino, da Live Nation, aos investidores em novembro.
Mas alguns dos empresários mais poderosos no mundo dos negócios estão motivados a assegurar a maior quantia possível de dinheiro que conseguirem para seus artistas, e a Live Nation enfrenta a pressão da concorrência que pode vir a pagar mais pelos shows. Os artistas que lutam para conseguir compensar a perda com a diminuição da venda de CDs também podem pressionar seus fãs a pagarem mais. Tais fatores podem fazer com que os preços subam.
Rapino diz que a empresa pode simplesmente abandonar alguns negócios e fazer menos shows, especialmente aqueles que têm pouca ou nenhuma margem de lucro.
Demi Lovato, cuja turnê "Camp Rock 2" com o Jonas Brothers teve de cancelar uma dezena de shows norte-americanos em 2010, disse recentemente à AP que fará o possível para manter preços razoáveis para uma turnê solo, planejada para 2011, para promover seu terceiro álbum. Empresários dizem que a turnê ainda está de pé, mesmo com o tratamento que a cantora está fazendo devido a "problemas físicos e emocionais". "Tenho grandes amigos que não fazem parte da indústria e que estão lidando com compras de mantimentos e coisas assim, então quero fazer minha parte", disse.
Fonte: Uol
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