Após quatro anos de espera, os brasileiros puderam matar saudades de um dos maiores ícones mundiais do Melodic Death Metal durante o feriado de Tiradentes: o Hypocrisy, agora divulgando o seu recente trabalho, “End Of Disclosure”, abriu a sua turnê brasileira em São Paulo em grande estilo, e justificando o fato de ter sido um dos retornos mais aguardados em terras tupiniquins.
Texto e fotos: Gisela Cardoso
Após um pequeno atraso, o Torture Squad subiu ao palco do Carioca Club para aquecer a galera. Contando com uma nova formação – agora um trio, composto por André Evaristo (vocal/guitarra), Castor (baixo/backing vocals) e Christófaro Amilcar (bateria) – o grupo animou o público com o seu consagrado Thrash Metal, com as fortes e nervosas batidas do Amilcar, a destreza do Castor no baixo e em seus backing vocals que casam muito bem com os vocais furiosos do André, que também, como sempre, proporciona o peso certo com seus riffs e solos. Além de divulgar o seu novo álbum, “Esquadrão de Tortura”, lançado no ano passado, o trio paulista também executou as suas lendárias canções que não poderiam ficar de fora, como “Nothing To Declare”, “Chaos Corporation” e “Fear To The World”.
Em seguida, após alguns minutos de espera, uma introdução atmosférica e um jogo de luzes pelo local anunciavam o início do espetáculo. E, assim, Peter Tägtgren (vocal/guitarra), Horgh (bateria), Mikael Hedlund (baixo) e Tomas Elofsson (guitarra) surgiram das sombras nos primeiros segundos da “End Of Disclosure”. A galera foi ao delírio já na primeira música, composta por melodias e agressividade na medida certa. Dando continuidade, o grupo seguiu com a “Tales of Thy Spineless”, também do último álbum, sendo esta um pouco mais pesada que a anterior.
Para quem esperava mais peso e velocidade, o melhor ainda estaria por vir: a “Killing Art”, “Valley of the Damned” e “Buried” certamente deixaram muitos com pescoços doloridos. Obviamente, as antigas canções também não poderiam ter sido esquecidas - para a alegria dos fãs da velha guarda, o quarteto sueco trouxe clássicos do início de sua carreira: “Pleasure of Molestation”, “Osculum Obscenum” e “Penetralia”.
A banda também causava certa “quebra” nas sequências - em relação ao jogo peso versus. melodia - como as faixas “Elastic Inverted Visions” e “Fire in the Sky”, que são mais melódicas e atmosféricas, proporcionando uma verdadeira viagem cósmica.
No entanto, em algumas vezes, a qualidade do som sofreu relativamente alguns deslizes. Como, por exemplo, a guitarra de Tomas Elofsson estava imperceptível, o que comprometia os seus duetos com o Tägtgren. Além disso, o sampler dos teclados estava muito alto em certos momentos – apesar de que, na medida certa, encorpava ainda mais a apresentação com suas harmonias.
“War-Path” e “The Final Chapter” também foram outros pontos altos da performance. E após uma pequena pausa, o frontman Peter Tägtgren retorna segurando uma bandeira do Brasil, agitando ainda mais o público ao executar a clássica “Roswell 47”, e a “Adjusting the Sun”, logo em seguida. Por fim, para fechar o espetáculo com chave de ouro, o grupo soltou a “Eraser” – considerada por muitos como o hino do Hypocrisy - deixando todos já ansiosos para uma futura apresentação.
Também vale ressaltar a forte interação da banda com o público, especialmente Peter Tägtgren, que sempre fazia questão de se aproximar da galera e conversar nos intervalos entre as músicas. Sem dúvidas, foi uma apresentação lendária que vai deixar saudades até que o Hypocrisy retorne para o seu fiel público brasileiro.
Confira a galeria de fotos completa acessando aqui
Setlist:
End of Declosure
Tales of Thy Spineless
Fractured Millennium
Killing Art
The Eye
Valley of The Damned
Fire in The Sky
Pleasure of Molestation/Osculum Obscenum/Penetralia
Buried
Elastic Inverted Visions
44 Double Zero
War-Path
The Final Chapter
Encore:
Roswell 47
Adjusting The Sun
Eraser
Line-up:
Peter Tägtgren – Vocal & Guitarra
Mikael Hedlund – Baixo
Reidar “Horgh” Horghagen – Bateria
Músico de apoio:
Tomas Elofsson – Guitarra
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