Com suas fortes letras de protesto em português e o seu Rock pesado, cuja sonoridade remete às influências do clássico Heavy Metal mescladas a gêneros mais modernos, a banda gaúcha EU ACUSO! vem transmitindo sua mensagem pelo mundo. Formado por Carlos Lots (guitarra), Sandré Sarreta (vocal), Ale Mendes (bateria) e Marcelo Cougo (baixo e voz), o grupo lançou o seu primeiro álbum, "Liberdade Presumida", no ano passado, firmando ainda mais o seu nome no cenário brasileiro.
Em entrevista ao Wildchild, Marcelo Cougo falou sobre sobre as ideias por trás da EU ACUSO!, o seu último álbum e os planos que estão por vir este ano. A entrevista na íntegra pode ser conferida a seguir.
Agradecimentos: Rômel Santos - Island Press
Wildchild: A EU ACUSO! possui uma sonoridade bem construída e autêntica, sendo o resultado, principalmente, da mescla de influências de diversos gêneros, como o Heavy Metal, Rap e o Funk. Como surgiu a ideia de fundir estes estilos variados e quais são suas principais influências?
Marcelo Cougo: Nós agradecemos a oportunidade de conversar sobre nosso trabalho com o público do Wildchild Metal Blog! Nossa música sofre a influência de muitos estilos porque, na nossa história individual como músicos, nós sempre gostamos de ouvir e tocar muitas coisas diversas. Já tivemos muitas outras bandas, juntos e separados. Depois de alguns anos separados resolvemos nos juntar novamente pra fazer esse som, calcado no rock e no heavy metal, um pouco mais pausado na bases e batidas, rapeado no vocal, com agressividade mas clareza, para que a nossa mensagem lírica seja bem entendida. Quem conhece o Carlos Lots [guitarra], que é quem traz as ideias das bases, sabe que ele gosta de ritmos mais balançados e isso casou muito bem na hora de fazer as músicas da banda. As influências mais claras são Rage Against the Machine, Stuck Mojo, o grunge e o funk'o metal noventista, mas tem de tudo ali, desde o punk, o metal mais clássico e a thrasheira dos 80, bandas como Sabbath, Led, ou seja, tem de tudo que ouvimos e curtimos!
Wildchild: A maioria das bandas brasileiras opta em cantar em inglês, mas a EU ACUSO! é uma das exceções. Sendo assim, por que vocês decidiram cantar em português?
Marcelo: Desde o início foi uma escolha da banda cantar em português, buscar uma identidade lírica na nossa língua, trabalhar essa sonoridade e se fazer entender em nosso país. A gente vê muita banda cantando em português (melhor seria dizer em brasileiro!!), mas muitas vezes optam por fazer um vocal mais gutural. Nesse sentido optamos pela estética mais RAP, com clareza nos vocais e uma poética mais acessível.
Wildchild: As letras da EU ACUSO! são bem diretas e sinceras, abordando conflitos políticos e questões sociais. A escolha dessa temática aconteceu naturalmente ou foi algo planejado de acordo com as ideologias de cada integrante?
Marcelo: Foi planejado para ser assim. Sempre gostei de escrever mais direto, alternando com um pouco de linguagem poética, mas buscando esse equilíbrio, para que fosse um discurso político acessível para a maioria. Buscamos uma diretriz política nas letras e no posicionamento da banda. Isso traz um aprendizado muito importante para todos nós como cidadãos. Estamos aprendendo muito com a Eu Acuso e com os nossos parceiros, na estrada, nos movimentos que temos participado. Espero que a gente siga crescendo nesse sentido!
Wildchild: Algumas bandas dizem que a razão por cantar em inglês parte do fato que a língua inglesa é universal, e assim, as mensagens em suas músicas podem atingir mais pessoas em qualquer parte do mundo. Já que a EU ACUSO! aborda conflitos que acontecem em muitos lugares da Terra, vocês já cogitaram nesta ideia?
Marcelo: Não há fronteiras para os nossos pensamentos! Temos cogitado de escrever em francês, espanhol e porque não inglês. Quem sabe a gente também não faz uma parceria com os caras da Kuazar e não escreve em Guarani? Seria sensacional!! Mas o mais certo é fazer em português e depois buscar uma versão. Também nada nos impede de fazermos versões de músicas em outras línguas. Vamos ver onde a nossa criatividade pode nos levar.
Wildchild: No ano passado, vocês lançaram o seu primeiro álbum, “Liberdade Presumida”. Como foi o seu processo de composição?
Marcelo: O Lots [Carlos, guitarra] trouxe a maioria das bases e no estúdio fomos colocando a bateria e os baixos. Enquanto isso, eu ia fazendo as letras, com os temas sendo decididos pela banda. Quando estávamos com todas as músicas bem tocadas, começamos a trabalhar o vocal. Fizemos duas prés, e decidimos gravar no Estúdio Felipe Live, aqui em Porto Alegre. Esse processo durou um ano. Por isso quando aparecemos, já tínhamos o CD lançado. Ficamos praticamente “internados” no estúdio até quase o lançamento do "Liberdade Presumida".
Wildchild: Como tem sido a receptividade do público e a mídia especializada desde o lançamento da primeira música, “Olho por olho, Sangue por óleo”?
Marcelo: Tem sido muito acolhedora desde o início! Dá um orgulho enorme ver que temos um público que nos viu no 1° show e que nos acompanha desde lá! Também na mídia especializada tem sido um bom retorno, com críticas positivas. Foi bom pra banda liberar algumas músicas antes de disponibilizar tudo na rede e ter a bolachinha pra vender nos shows. É a estratégia do momento, subir conteúdo, mostrar trabalho e ir atrás do público, na rede, nas mídias e nos shows!!
Wildchild: Antes de formarem a EU ACUSO!, os seus integrantes já tinham tocado juntos em outras bandas, certo? Então, estas experiências passadas serviram de inspiração para o seu primeiro álbum?
Marcelo: Certamente dá uma coesão especial na hora de fazer o som. Nossa banda anterior já trazia algumas dessas sonoridades e as ideias líricas também iam por esse caminho, mas de uma forma mais leve. Mas eu acho que o principal pra gente é o companheirismo e a confiança que temos um com o outro. Isso faz a gente ter muita força pra manter a banda! Para nós, é quase família esse trampo, mas também queremos muito trabalhar por bastante tempo com a Eu Acuso, chegar longe, sabe? Então nossa amizade é um fator fundamental.
Wildchild: Em um release na página de vocês, “a denúncia, a liberdade e a ação fazem parte da filosofia do Eu Acuso!, por isso todas as músicas são licenciadas para livre circulação e reprodução”. Além da EU ACUSO!, outras bandas também disponibilizam gratuitamente as suas obras. Qual é a sua opinião sobre a pirataria, que vem causando dor de cabeça nas gravadoras e músicos?
Marcelo: As grandes gravadoras não nos interessam, se seu modelo de fazer negócio for à bancarrota melhor para todos, na nossa visão! Acho que toda essa transformação, que ainda está ocorrendo e não sabemos para onde vai nos levar, nos obriga a tomar conta de tudo na carreira da banda. Mas sempre foi assim pra gente! É mais democrático mas exige muita organização por parte dos artistas. Acho o compartilhamento de conteúdo cultural algo muito importante pra toda a humanidade. E se a gente se organizar direitinho vai conseguir ter o retorno financeiro que desejamos.
Wildchild: Quais são os planos da banda para 2014?
Marcelo: Fizemos mais de 30 shows em 2013, uma marca realmente surpreendente para nós! Em 2014 a gente quer tocar em lugares que ainda não tocamos, queremos muito ir pra São Paulo, Rio de Janeiro, desbravar o Brasil e a América Latina e se for possível retornar por onde passamos. São muitos desejos, não é? Buenas, vamos trabalhar pra isso, pois a estrada nos faz respirar!! E vamos lançar nosso 2° álbum até o final do ano, isso é certo!
Wildchild: Mais uma vez, obrigada pela entrevista, e agora eu deixo o espaço para vocês!
Marcelo: A gente agradece muito a atenção e o apoio de vocês! Nosso 1° álbum, Liberdade Presumida, está disponível para baixar gratuitamente em nosso site. Então a gente quer convidar vocês que estão nos acompanhando nessa entrevista a baixar nosso CD e compartilhar com a galera. Esperamos que façam contato com a gente pois isso enriquece muito nosso trabalho. Um forte abraço a todos!
Site Oficial: http://www.euacuso.com.br/
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Muito obrigado pelo apoio!! Um salve para tod@s que curtem o Wildchild Metal Blog!!
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