“Nasci em Cologne, Alemanha, numa noite sombria e chuvosa de novembro, em 1974. Dia 05 para ser mais exato. O que faz de mim uma escorpiana com ascendente em câncer ou, em outras palavras, uma pessoa de personalidade ambivalente que adora o extremo. Eu tive uma infância agitada e maravilhosa com meus três irmãos no campo, até que decidi ser uma adolescente revoltada, trocando meus discos de vinil do Queen por LPs do Carcass, Morbid Angel e Cannibal Corpse. Eu estava com cerca de 16 anos e conseguia irritar como ninguém meus pais muito católicos e tradicionais [Felizmente eles pararam com aquela ‘viagem’ agora]”.
“Eu entrei para minha primeira banda de Death Metal em 1991: ASMODINA. Pouco tempo depois, eu me mudei de casa... bem, eu meio que fugi, eu tinha 17 anos na época. Num piscar de olhos minha infância tinha se transformado numa adolescência infernal. Meus pais se divorciaram. O negócio deles foi à falência. Nossa casa foi leiloada. Eu era uma estranha na escola; ninguém me entendia. Roupas estranhas, música terrível [barulho, na verdade] e desenhos sangrentos nas aulas de educação artística não faziam de mim a pessoa mais sociável do lugar. Eu não ligava pra porra nenhuma! Eu tinha a minha banda. Eu tinha o Heavy Metal. Bom, eu era muito perturbada. Fui pra terapia por uns dois anos. Tive problemas com a alimentação. Basicamente eu tentei aos poucos ir desaparecendo. Minha música me manteve viva. Era algo pelo qual se valia à pena viver”.
“Eu terminei o colégio e comecei a trabalhar como estagiária em uma firma de publicidade. Eu me especializei em marketing online e simultaneamente comecei a estudar economia na Universidade de Colonha. Eu nunca parei de dar meus gritos na minha banda durante todos esses anos. Em 1997 Asmodina deu uma parada nas suas atividades e eu formei a MISTRESS. Nós éramos muito ativos, fazendo shows todo fim de semana e gravando demos. Entretanto eu nunca havia pensado em fazer isso profissionalmente; parecia algo simplesmente muito distante. Então eu comecei a escrever para uma revista online de música cobrindo a seção de rock & metal e encontrei com o ARCH ENEMY para uma entrevista sobre a turnê do Burning Bridges em 1999 em Bochum, Alemanha. Então o destino me pegou pela mão. Eu tinha trazido uma fita demo da Mistress comigo e entreguei pro Christopher Amott [Nós estávamos sempre tentando conseguir apoio local para espaço de divulgação]. Os caras do ARCH ENEMY a escutaram no ônibus da tour e o Chris resolveu guardar a fita, porque eles haviam ficado um pouco surpresos com os meus vocais. Eu continuei mantendo algum contato por e-mail com eles. Afinal de contas eu era uma fã”.“Eu entrei para minha primeira banda de Death Metal em 1991: ASMODINA. Pouco tempo depois, eu me mudei de casa... bem, eu meio que fugi, eu tinha 17 anos na época. Num piscar de olhos minha infância tinha se transformado numa adolescência infernal. Meus pais se divorciaram. O negócio deles foi à falência. Nossa casa foi leiloada. Eu era uma estranha na escola; ninguém me entendia. Roupas estranhas, música terrível [barulho, na verdade] e desenhos sangrentos nas aulas de educação artística não faziam de mim a pessoa mais sociável do lugar. Eu não ligava pra porra nenhuma! Eu tinha a minha banda. Eu tinha o Heavy Metal. Bom, eu era muito perturbada. Fui pra terapia por uns dois anos. Tive problemas com a alimentação. Basicamente eu tentei aos poucos ir desaparecendo. Minha música me manteve viva. Era algo pelo qual se valia à pena viver”.
“No Outono de 2000 eu recebi uma ligação telefônica do Sr. Michael Amott em pessoa. Ele havia me dito que eles tinham se separado de Johan Liiva e estavam procurando um novo vocalista e se eu estaria interessada em ir até a Suécia para uma audição. Eles tinham achado aquela antiga fita da Mistress. Naquela hora eu virei uma tonta gaguejando – mas de alguma forma eu consegui dizer SIM. Poucas semanas depois eu estava gritando até explodir a minha cabeça na sala de ensaios deles. E de repente nós estávamos no Fredman Studios, fazendo uns testes. Depois que eu gravei a primeira música, ‘Enemy Within’, a decisão foi tomada: Angela Gossow será a nova vocalista do Arch Enemy. O que? O que?? O que??? Minha vida mudou pra caramba desde aquele fatídico dia em Novembro de 2000”.
“Eu havia gravado profissionalmente minha primeira música com uma banda de verdade. E com o ARCH ENEMY, porra!! Eu pedi demissão do meu emprego [Oh que dia feliz. Andar até o escritório do chefe e ouvir ele me implorar para ficar. Eu dizendo ‘Não, eu agora vou ser musicista em tempo integral’. A expressão de quem não está acreditando na cara dele. Não tem preço!], também parei de estudar. Eu basicamente cortei todas as amarras que me prendiam. Sem compromissos. Eu queria ser livre. Eu estava muito, mas muito determinada a fazer isso acontecer. Nós ensaiamos e ensaiamos. Então eu perdi minha voz completamente antes de nossa primeira tour pelo Japão. Me deram o diagnóstico de nódulos. Más notícias! Todos esses anos gritando sem NENHUMA técnica me fizeram finalmente pagar o preço com as minhas cordas vocais e me atingiu justamente no pior momento possível. Eu tive que parar por 6 meses e reaprender tudo. Como falar, respirar e gritar. Começar do rascunho, dessa vez com o conhecimento e as técnicas para me apoiar. Hoje estou grata por isso ter acontecido comigo. Eu aprendi tanto depois da minha falha na época, isso me ajudou a superar muitas situações difíceis durante as turnês e no estúdio. Eu conheço minha voz muito bem. Sei das minhas capacidades e limitações. O que não nos mata, nos fortalece. Porque caímos? Caímos para que possamos ficar de pé novamente”.
“Os últimos cinco anos. Eles não têm sido os mais fáceis. Mas de longe foram os melhores! Eu saí em turnê pelo mundo várias vezes; estive em todos os 5 continentes. Toquei em palcos pequenos e grandes, em locais bacanas e em buracos de merda todo empoeirados. Com e sem camarim. Com e sem comida, ducha e lugar pra dormir. Mas sempre com vocês. Nossos fãs. Nossos amigos. Eu tenho recebido tanto amor, palavras de afeto, presentes e flores de vocês. É surpreendente e até difícil de compreender porque. Mas está acontecendo comigo e estou muito, muito agradecida por isso. Eu dedico 100% do meu tempo para o Arch Enemy. Eu tenho ‘hobbies’, mas eles estão todos de alguma forma ligados ao Arch Enemy. Eu leio muito, sempre procurando por inspiração para as letras. Por essa mesma razão eu curto muito filmes. E óbvio, música. Eu malho pra ficar em boa forma para cantar e para dar presença de palco. Eu me alimento e vivo de forma saudável para manter meu corpo = instrumento em ordem. Eu durmo muito, porque... bem, a verdade é, porque sou preguiçosa”. “Isso agora não tem nada a ver com o Arch Enemy: Comida. Eu adoro comida. Eu sou vegetariana. Quase uma ‘vegan’ [Pessoas exclusivamente vegetarianas, que não consomem nada de origem animal incluindo ovos, leite e laticínios, e costumam ser também contra o uso de roupas de couro ou pele de animais]. Sou alérgica à maioria dos laticínios. Estou constantemente cozinhando e assando alguma coisa quando estou em casa. Eu adoro blueberries [Frutinha de cor azul-escura, arredondada, doce, geralmente em cachos, que cresce em arbustos]. E pão fresco assado na hora, quentinho do forno coberto com bastante manteiga. Marmelada feita em casa, castanha de caju, saladas, queijo de cabra, rosquinhas com canela e passas. Cookies com pedacinhos de chocolate, só se for feito em casa. E claro, space cookies. Mas isso é outra história... Porque eu sou vegetariana? Eu cresci sem comer carne. Eu não gosto da idéia de comer um animal morto, um cadáver, uma carcaça. E eu não gosto da industrialização da carne, sua produção em massa e exploração dos animais. Se você sair e caçar o seu cervo na floresta, por mim tudo bem. Mas não os façam procriar em cativeiro, dando esteróides e antibióticos como se fossem doces. Deixando-os viver essa vida triste por 6 meses à um ano e então quebrar suas pernas e os levar para o matadouro. Onde eles gritam em pânico absoluto até que você atire na cabeça deles. Isso é muito errado. E ao mesmo tempo você ainda faz carinho no seu bicho de estimação”.
“Eu sou canhota. Toquei acordeão por 6 anos e guitarra por uns dois. Estou começando com as aulas de piano agora. Família. Sinto muita falta da minha família. Eu não os vejo mais com freqüência desde que me mudei para a Suécia, há 2 anos. Minha mãe – Às vezes ela é a minha melhor amiga. Às vezes ela fica bem deprê e acaba me levando junto pro abismo. Eu sou a mais velha de quatro irmãos. Eu sempre tive que ser a forte, a madura. Atualmente, meu irmão Benjamin é a rocha na família. E eu ainda sou aquela que quer manter tudo unido. Meu pai. Ele está se esforçando para ficar mais envolvido, para assumir alguma responsabilidade. Eu respeito ele por isso. E eu o amo não importa o que aconteceu no passado. Todos cometemos erros. Os pais vão ficando velhos, de tempos em tempos eles vão parar no hospital porque estão doentes ou algum órgão parou de funcionar apropriadamente. Então eu percebo que eles são mortais. E eu tenho medo que eles possam morrer enquanto eu estou em turnê. Ou que alguma coisa terrível possa acontecer com um dos meus irmãos. O lado ruim de ficar naquela de turnê, turnê, turnê”.
“Planos futuros e sonhos. ARCH ENEMY por mais alguns anos. Depois disso eu não sei. Talvez ensinar crianças como cantar e gritar, talvez me mudar para uma ilha pequena com bastante verde e relaxar. Talvez algo completamente diferente. Eu não gosto de planejar. Qual a razão pra fazer isso, afinal? A vida dá muitas voltas inesperadas. Eu sou uma pessoa muito pragmática. Eu não acredito em religião. Eu não acredito em Deus. Eu acredito que exista mais pra esse mundo do que eu consiga ver. Eu acredito no amor. E responsabilidade. Nós somos responsáveis por nossas vidas e nossas ações. Somos responsáveis por este planeta e suas criaturas. Quando é que iremos acordar? Como ovelhas para o matadouro. E eu não acredito em políticos. Mas eu voto. Para garantir que os conservadores de direita NÃO recebam meu voto”.
“Eu tenho medo da morte e da perda. Eu não quero que ninguém que eu amo morra antes de mim. Eu odeio ficar gripada. Eu não tenho medo de aranhas. Mas tenho medo de guerra, terror e crime. E de voar. Não gosto de estar lá em cima, sabendo que eu não tenho asas e nem pára-quedas. Eu acho que esse mundo é um lugar terrível e maravilhoso ao mesmo tempo. Gostaria que não existisse doença, pobreza, assassinato, violência, inveja, mentiras e ódio. Mas eles existem e por isso existe o Heavy Metal. As sinfonias da destruição. Meu jeito e o seu de lidarmos com a frustração, a raiva, a dor, canalizar isso tudo e botar pra fora do sistema. Eu não consigo viver sem música, ela me faz sentir viva e forte, não importa o que aconteça”.
“Love, Angela”.
“Com amor, Angela”.
“Eu sou canhota. Toquei acordeão por 6 anos e guitarra por uns dois. Estou começando com as aulas de piano agora. Família. Sinto muita falta da minha família. Eu não os vejo mais com freqüência desde que me mudei para a Suécia, há 2 anos. Minha mãe – Às vezes ela é a minha melhor amiga. Às vezes ela fica bem deprê e acaba me levando junto pro abismo. Eu sou a mais velha de quatro irmãos. Eu sempre tive que ser a forte, a madura. Atualmente, meu irmão Benjamin é a rocha na família. E eu ainda sou aquela que quer manter tudo unido. Meu pai. Ele está se esforçando para ficar mais envolvido, para assumir alguma responsabilidade. Eu respeito ele por isso. E eu o amo não importa o que aconteceu no passado. Todos cometemos erros. Os pais vão ficando velhos, de tempos em tempos eles vão parar no hospital porque estão doentes ou algum órgão parou de funcionar apropriadamente. Então eu percebo que eles são mortais. E eu tenho medo que eles possam morrer enquanto eu estou em turnê. Ou que alguma coisa terrível possa acontecer com um dos meus irmãos. O lado ruim de ficar naquela de turnê, turnê, turnê”.
“Planos futuros e sonhos. ARCH ENEMY por mais alguns anos. Depois disso eu não sei. Talvez ensinar crianças como cantar e gritar, talvez me mudar para uma ilha pequena com bastante verde e relaxar. Talvez algo completamente diferente. Eu não gosto de planejar. Qual a razão pra fazer isso, afinal? A vida dá muitas voltas inesperadas. Eu sou uma pessoa muito pragmática. Eu não acredito em religião. Eu não acredito em Deus. Eu acredito que exista mais pra esse mundo do que eu consiga ver. Eu acredito no amor. E responsabilidade. Nós somos responsáveis por nossas vidas e nossas ações. Somos responsáveis por este planeta e suas criaturas. Quando é que iremos acordar? Como ovelhas para o matadouro. E eu não acredito em políticos. Mas eu voto. Para garantir que os conservadores de direita NÃO recebam meu voto”.
“Eu tenho medo da morte e da perda. Eu não quero que ninguém que eu amo morra antes de mim. Eu odeio ficar gripada. Eu não tenho medo de aranhas. Mas tenho medo de guerra, terror e crime. E de voar. Não gosto de estar lá em cima, sabendo que eu não tenho asas e nem pára-quedas. Eu acho que esse mundo é um lugar terrível e maravilhoso ao mesmo tempo. Gostaria que não existisse doença, pobreza, assassinato, violência, inveja, mentiras e ódio. Mas eles existem e por isso existe o Heavy Metal. As sinfonias da destruição. Meu jeito e o seu de lidarmos com a frustração, a raiva, a dor, canalizar isso tudo e botar pra fora do sistema. Eu não consigo viver sem música, ela me faz sentir viva e forte, não importa o que aconteça”.
“Love, Angela”.
“Com amor, Angela”.
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